Na última quinta-feira (11/12/2014) estreiou oficialmente nos cinemas brasileiros o terceiro filme da trilogia “O Hobbit”, do diretor Peter Jackson.
Sou um apaixonado pela mitologia tokiana e por isso mesmo, este foi o filme mais aguardado do ano pra mim. Bom, o filme chegou e corri de São Paulo (sim estava viajando) para conseguir chegar a tempo em São José do Rio Preto para pegar a última seção do dia na estréia.
Disclaimer 1: este post está cheio de spoilers portanto, só siga com a leitura se você já assistiu o filme. Se seguir sem tê-lo feito, não vá me xingar depois por ter contado o final, blá blá blá.
Disclaimer 2: esta é minha opinião sobre o filme. Se você não concorda e se por acaso se ofender com uma colocação minha, este é um problema que apenas você pode resolver e não eu. Mas adoraria ver os comentários sobre os pontos colocados aqui :-).
Bom, vamos aos fatos. Começarei falando do que gostei e na sequência do que não gostei. Mas adianto que as coisas boas, na minha opinião, são bem maiores e expressivas que as coisas ruins.
Gostei demais
Exércitos
Achei os exércitos de Elfos, Anões e de Orcs simplesmente sensacionais. Especialmente o dos Elfos. Fantástico mesmo. O sincronismo das ações, as armaduras, as armas, as formações, enfim, tudo pensado de forma minimalista e claro, o resultado não poderia ser diferente. Até o Alce do Thranduil estava maneiro. Ouvi algumas pessoas falando da galhada do Alce, que estava grande demais e tal. Aquele não é um Alce comum, logo, a galhada passou de boa por meu crivo.
Sobre os exércitos: paga o ingresso, na minha opinião.
Batalhas
As batalhas estão simplesmente “fodásticas”. Tanto as batalhas entre os exércitos (Anões, Elfos e Homens contra os Orcs) quanto as batalhas individuais.
A Luta do Thorin contra o Azog é algo épico na minha opinião. Ainda não acredito na perfeição dos movimentos e em como tudo parece real. A luta do Legolas contra o Bolg é bem legal também. A única coisa que eu achei um “abuso de autoridade” do Sr. Peter Jackson nesta luta, foi o momento que o Legolas escala blocos de pedra que estão caindo, no melhor estilo Sonic para Master System. Como diz o Tucano do NerdCast, “O senhor abusou Peter Jackson, abusou”.
Ainda no contexto das batalhas, achei muito legal a inserção do primo do Thorin (Dain, um anão de respeito, diga-se de passagem) montado sobre um “Porco gigante” como líder dos Anões da Colina de Ferro. Muito massa.
Outra “porradaria” que eu achei muito legal foi aquela travada pelo Elrond (um dos senhores dos Elfos) e o Saruman contra os Nazgul (não, você não leu errado, os Nazgul estão no filme. Vou falar disso mais tarde.). Uma briga bem legal. Curti o Saruman dando umas pancadas nos servos de Morgoth.
Morte rápida do Smaug
Eu estava com um grande receio em relação a este filme: o de os caras demorarem demais pra matar o Smaug e isso comprometer o tempo dedicado para as batalhas. Soltei um “ufa!” no cinema quando vi que o drgão sobreviveu apenas 10 minutos no filme.
Ataque do Smaug à cidade
As cenas de ataque do Smaug à cidade foram simplesmente demais! Especialmente aquela em que ele dá um mergulho no ar e a barrida dele se enche de fogo, demais mesmo. Sensacional.
Trolls gigantes com as catapultas nas costas
A cena em que os Trolls gigantes surgem com as catapultas nas costas é épica também, na minha opinião. Demais mesmo. Outra participação que gostei dos Trolls é quando eles vão correndo e dão cabeçadas nos muros da cidade. Caramba, criatividade nota mil e execução nota dois mil.
Bilbo olhando para o anel no final
A última sequencia do filme achei simplesmente fantástica. O Bilbo de volta ao bolsão, olhando para o anel e envelhecendo, recebendo a visita do Gandalf, assim como começa o Senhor dos anéis. Amarração perfeita. Cena sensível, que mostra como algumas coisas mudam a vida da gente pra sempre e por mais que tudo corra normalmente depois, as memórias dessas coisas sempre insistem em retornar. No caso do Bilbo, a presença do anel o corroía ainda mais do que as lembranças.
De forma geral, os efeitos especiais estavam “animalescos”. Muito bons mesmo.
Acho que gostei
A morte do Smaug
A morte do Smaug foi algo que ainda não sei definir muito bem se gostei ou não. Foi bacana a cena dele subindo com a flexa no peito e caindo na sequência e tal. Acho que o que me deixou em dúvida foi a conversa com o Bard. Não precisava daquilo, mas enfim. Acho que gostei mas não tenho certeza.
A reflexão do Thorin
A cena onde o Thorin faz sozinho uma reflexão sobre as atitudes que tem tomando no salão com chão de ouro é mega importante para o filme já que é a partir dali, ele retoma seu verdadeiro espírito de líder e guerreiro e reconquista a confiança de seu grupo de amigos e liderados. O que eu não gostei foi a execução da cena. Achei aquele efeito do chão o engolindo bem tosco. Então assim, somando a importância da cena (momento) para o filme com a execução, fica no “não sei se gostei”.
O retorno do Bilbo ao condado
A viagem de volta ao condado com Gandalf e quando ele chega ao Condado (e ele descobre que estão levando suas coisas embora) é legal em algumas passagens e bem chato em outras. Por isso, não sei se gostei ou não.
A fuga da cidade do lago
A fuga dos moradores da cidade do lago começa bem. Muita destruição, fogo por todos os lados, tudo muito bem feito. Onde achei que perderam um pouco a mão foi a saída do Bard da cadeia. Note, ele batendo com uma pedra enorme nas grades e nada acontecendo. De repente, uma corda enrosca no pescoço do prefeito da cidade que está dentro de um barco a remo e este empuxo quebra a parede com as jaulas. Sei não, não sei se gostei da sequência.
Não gostei mesmo, de jeito nenhum
Muito foco no Alfrid
Uma das coisas que não entendi e claro, não gostei neste último filme, foi o foco demasiado que deram no Alfrid. Esse personagem não tinha relevância nenhuma para história, deveria ter morrido na cidade quando o Smaug atacou e não ter aparecido mais no filme. Mas não, ele aparece o tempo todo no filme e não contribui com nada para o bem ou para o mal. Sinceramente, não entendi. Ele apareceu 100x mais que o Beorn, por exemplo, que aparece em uma sequência de 3 minutos apenas.
O que aconteceu com a Elfa (Tauriel) apaixonada pelo Kili?
Mais uma daquelas coisas que não dá pra entender do senhor Peter Jackson.
Ele me coloca uma Elfa (sim, ele adora uma Elfa) que se apaixona pelo Kili. Ela luta, ajuda os anões, quase morre pra ajudá-los na batalha e tal. Aí o Kili (ah, o amor real da vida dela) morre. Chega o Thranduil (que há 2 minutos atrás tinha dado um tapão na cara dela e a desertado) e se consterna com o sofrimento dela, dizendo que a dor que ela estava sentindo era o amor real e a participação dela para aí.
O que aconteceu com ela? Voltou para o reino dos Elfos da floresta? Virou andarilha (sim, porque ela não aparece no LOTR)? Enfim, me pareceu que faltou fechar o personagem Tauriel (na verdade, na minha opinião, ela nem precisava ter existido, mas enfim…).
Cadê o velório do Thorin?
Até os Smurfs enterram seu líder. Mas os Anões, seres guerreiros, que prezam pela honra, que veneram seu líder “Thorin, son of Thrain, son of Thor”, deixaram o cara lá no gelo pra ser comigo por um urso polar? Como assim? Cadê a cerimônia de despedida do cara? Mais um da linhagem de Dúrin acabou de ir pro beleléu e os caras não fizeram uma cerimônia dentro de Erebor?
Sério, isso foi muito chocante pra mim. Esperava algo com pompa e tudo mais Peter Jackson (eu acredito muito que você vá ler este post hehehe).
Não entendi porque o Thranduil guerreou
No segundo filme da saga (“A Desolação de Smaug”), quando os Elfos da floresta aprisionam os anões e o Thorin é levado pra “trocar uma ideia” com o grande rei élfico, o Thranduil diz: “Eu liberto vocês se me derem a Pedra Arken”. Aí o Thorin fica bravo, manda o Thranduil “ir se catar” e vai preso.
Neste filme, o Thranduil está guerreando por um colar de pedras preciosas? E a Pedra Arken? Deixou de ser importante?
Também no segundo filme, o Peter Jackson sugeriu que as Silmarils estariam em Erebor. Uma infâmia na minha opinião, mas ele sugeriu e deu pinta de que neste filme algo neste sentido seria revelado. Thranduil aparentemente estava interessado na Pedra Arken por conta disso, ele pensava que poderia ser uma das pedras de seu antepassado, Feanor. Aí, de repente, o Peter Jackson esquece disso tudo e diz pra mim que o grande rei élfico está atrás de um colar? PQP… Me senti ofendido.
Cadê o Beorn?
No livro “O Hobbit” o Beorn é mega importante. No filme é um merda.
Entendo que o Peter Jackson está fazendo uma outra história bem de longe baseada no livro, entretanto, desenvolver o personagem do Alfrid e não o do Beorn na guerra? Tipo, eles preferiram mostrar o Alfrid vestido de mulher, enchendo o sutiã de moedas de ouro e fugindo ao invés de gastar mais tempo com uma batalha da hora entre o Beorn e um Orc sinistro?
Isso me deixou mega decepcionado. Só pra que você tenha uma referência, no livro, quem mata o Bolg é o Beorn e não o Legolas. Um personagem maneiro, troca peles, vira um urso sinistro e ele não usa isso? Sinceramente…
A “operação resgate” do Gandalf
Ok, quem salvou o Gandalf não foram as águias. Isso foi legal. Achei interessante colocar o “conselho branco” pra salvar o Gandalf, uma vez que eles estavam monitorando a companhia desde a saída de Rivendel.
O problema que eu achei foi a forma como a cena foi colocada, ficou meio esquisito. Meio jogada. Os Nazgul, que até agora não tinham nem dado as caras no Hobbit, apareceram cercando a Galadriel e o Gandalf. Ai do nada aparece o Elrond e dá um pau nos Nazgul junto com o Saruman que, no primeiro filme, dá toda a pinta de estar tentando encobrir os feitos de Sauron que estava voltando, briga e defende o Gandalf?
Achei bem esquisito, mesmo a ideia tendo sido excelente.
Despedida mequetrefe do Bilbo
A despedida do Bilbo do grupo de anões foi muito sem emoção. Muito mesmo. Pow, o cara estava com eles há um ano, salvou a vida de todos eles várias vezes, encontrou a Pedra Arken, enfrentou o Smaug, etc etc etc. e ai, depois de tudo, o cara fala “Falou aí gente. Quando passarem por lá me avisem…”? Pow, esperava pelo menos um abraço em cada um com muito choro, música comovente do Howard Shore e tal. NADA, NA-DA.
Última conversa entre o Bilbo e o Gandalf
Uma das conversas mais boring dos 6 filmes: LOTR 1, 2 e 3 e Hobbit 1, 2 e 3. O Gandalf admirava tanto o Bilbo, era ele quem o encorajava, etc etc etc e no final, uma conversinha tão besta daquela na despedida. Foi bem nhééé.
Conclusão
O filme é bom. Como disse pra alguns amigos, em uma escala de 0 a 10, esse filme leva a nota 7 ou 8. Sem dúvidas foi melhor que o segundo e pior que o primeiro.
Vale o ingresso? Pow, claro que vale. Vale muito. Os pontos positivos são bem mais marcantes que os negativos. Vale a pena!
Se concorda, discorda ou ainda gostaria de pontuar alguma coisa a mais, coloque nos comentários.
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