AVISO: O texto a seguir está repleto de spoilers acerca do livro, da série de filmes como um todo e principalmente, da segunda parte da jornada, “A Desolação de Smaug”. Se você não leu o livro ou assistiu o primeiro filme da série e não gostaria de ter informações antecipadas em um texto de blog, recomendo interromper a leitura neste momento e retornar quando tiver mais informações.
Contextualizando
O Hobbit é o nome dado a obra literária escrita por J. R. R. Tolkien que narra a aventura de um Hobbit não tão jovem (Bilbo Bolseiro) e mais 13 anões em busca da retomada de sua (dos anões) terra natal – Erebor (que naqueles dias, encontrava-se ocupada por Smaug, um dragão que possui uma voracidade enorme por ouro).
Após um longo período no limbo, depois do lançamento da trilogia “O Senhor dos Anéis” (isso devido as dificuldades dos produtores em conseguir os direitos da história), em 2012 chegou aos cinemas, DVD’s e Blue-ray’s a primeira edição da trilogia “O Hobbit”. Este episódio (nomeado como “O Hobbit – Uma jornada inesperada”), por assim dizer, apresentou o período desde a saída de Bilbo do Condado (a convite de Gandalf) até a “vitória” sobre os orcs, comandados por Azog.
Como é característico de Peter Jackson (diretor da trilogia), muitas adições foram incorporadas a história, como por exemplo, o ódio mortal de Azog por toda a linhagem de Durin, o que naturalmente o faz caçar Thorin, escudo de carvalho (líder dos anões) ao longo de toda a história.
Tendo estas informações em mente, podemos seguir com a análise do segundo filme da trilogia – O Hobbit – A desolação de Smaug. Reitero que, como o filme foi lançado recentemente (na última sexta-feira, 13/12), é possível que muitos dos que estão aqui não tenham assistido e para estes, o texto está repleto de spoilers.
Principais pontos da história
A segunda parte da trilogia apresenta as aventuras póstumas à batalha dos lobos até o momento em que Smaug, irado pela tentativa dos anões de o derrotar, se volta rumo a cidade dos homens para se vingar de todos (destruindo esta cidade).
Os pontos que me chamaram a atenção na segunda parte da história para o filme são:
1. Explicação do por que do Hobbit na história
Fato: O filme começa já com Galdalf e Thorin conversando em um restaurante em Bri, com uma menção ao pônei saltitante (referência ao Silmarilion). Nesta conversa, Gandalf encoraja Thorin a reunir os anões das sete casas para retomar Erebor e justifica que, para isso, precisará de um “ladrão”.
Minha opinião: não gostei. O porque obscuro do Hobbit na história era um dos pontos que me despertavam o interesse. Este fato acabou com isso. Me pareceu que Peter Jackson cedeu aos muitos questionamentos em relação ao livro.
2. A chegada na casa de Beorn
Fato: A primeira ação do novo filme está na fuga da companhia de uma grande fera (parecida com um Urso) para a casa de um troca peles, Beorn. No filme eles deram o tom de um perigo eminente para a companhia para este fato.
Minha opinião: esta era uma das cenas que mais queria ver pois, no livro, é super engraçada a narrativa. No filme, encurtaram demais a cena e por isso, não gostei. Tornaram uma cena cômica em dramática. Entendo que, para justificar o “encurtamento” da mesma, era preciso “criar o perigo”. Mas achei que descaracterizou demais um dos principais momentos desta parte do livro. Em contrapartida, gostei demais da fera (a computação gráfica foi animal) e do Beorn (a maquiagem do ator estava espetacular).
3. A batalha com as aranhas
Fato: ao adentrarem a floresta encantada, após ficarem perdidos no interior da mesma, enquanto Bilbo vai até o topo das árvores para tentar encontrar o caminho a ser seguido pelo grupo (e vê borboletas azuis), aranhas gigantes atacam todos os anões e os aprisionam. Munido do anel (neste filme o anel aparece com uma frequência bem grande, o que mostra a intenção de Peter Jackson em linkar as duas sagas – hobbit e senhor dos anéis) Bilbo consegue libertar seus companheiros.
Minha opinião: achei esta sequência incrível. Computação gráfica de primeira linha e as imagens tornaram ainda mais ricas as cenas descritas pelo livro. Muito bacana mesmo!
4. A captura da companhia pelos Elfos da floresta
Fato: em determinado momento, a companhia de Thorin, escudo de carvalho, é capturada pelos Elfos da floresta. É neste momento que dois personagens que o livro não apresenta mas que marcam presença no filme aparecem: Legolas e Tauriel. Na sequência os anões acompanhados do Hobbit são levados ao reino dos Elfos da floresta, aprisionados em celas individuais e Thorin é levado para ter com o rei, Thranduil. Ele propõe um acordo a Thorin que claro, recusa.
Minhas opiniões:
Sobre a cena da captura, achei legal. Bem feita, com elfos andando por entre os galhos das árvores e Legolas e Tauriel comandando o ataque.
Sobre a aparição, gostei sob um aspecto mas detestei sob outro. Gostei pelo fato de que, considerando senhor dos anéis, o personagem do Legolas passou a fazer bem mais sentido. Por outro lado, olhando para o livro, não gostei, uma vez que o Legolas não existe no livro. Ficou meio forçada sua presença.
Tauriel só entrou na história para fazer par romântico com Kili. Achei patético isso. Necessidade nenhuma de uma coisa desse tipo. Cenas completamente deslocadas em relação a trama principal.
5. Barris com os anões rio abaixo
Fato: libertados por Bilbo, os anões descem rio abaixo para fugir do reino dos Elfos dentro de barris de madeira. Em paralelo, uma mega briga entre Legolas, Tauriel, os anões e os orcs acontece nas margens. Os orcs são liderados nesta feita por um novo grão orc – Bolg.
Minha opinião: a cena da descida na correnteza no interior dos barris ficou bem feita e acabou passando no meu filtro, mesmo estando completamente diferente do livro. A batalha entre orcs e elfos ficou muito legal. Bolg, o novo orc, é medonho, como todos os criados por Peter Jackson.
6. Bard e a chegada na cidade dos homens
Fato: Bard encontra a companhia assim que eles param nas margens do rio e saem de seus respectivos barris. Após uma negociação rápida, ele fecha um acordo financeiro para levar os anões até a cidade dos homens sem que ninguém os note. Isso é feito. Na cidade, Bard abriga os anões em sua própria casa.
Minha opinião: todas as cenas que envolvem a cidade dos homens ficaram muito bem feitas. A perspectiva da cidade e a área marginal da mesma ficaram incrivelmente reais. Parabéns aos artistas conceituais. Luke Evans incorporou de forma perfeita o personagem Bard. Marginalizado pelas pessoas, ele carrega a culpa virtual pela não matança de Smaug na ocasião da invasão de Erebor por parte de seu tio/pai (não me lembro extatamente). Ele interpretou o papel até aqui, de forma brilhante.
7. Entrada em Erebor e Smaug
Fato: após toda a batalha para alcançar a montanha solitária (daí o título do filme “A desolação de Smaug”), os Anões chegam e adentram finalmente os muros de Erebor (novamente graças ao senhor Bilbo Bolseiro). Já no interior da montanha abandonada, Bilbo desce até o local onde encontra-se todo o ouro dos anões em busca pedra Arken (coração da montanha). Claro, Smaug está lá e Bilbo, evidentemente, o desperta. Então começa uma resenha entre eles.
Minha opinião: toda sequência no interior de Erebor ficou incrivelmente bem feita. Tinha medo de Smarug ficar muito artificial (o trailer sugeria isso) mas, felizmente, só ficou na impressão. Smaug ficou muito real e bem feito. Se eu pudesse colocar um ponto negativo na sequência de Erebor, seria a cena onde os anões tentam derreter o ouro por sobre o dragão. A computação gráfica ficou muito evidente. De resto, perfeito!
8. A não morte de Smaug
Fato: Smaug não morre neste filme.
Minha opinião: o ciclo não se fechou. Entendi o motivo. Talvez, se Smaug morresse neste filme a parte 2 ficaria demasiadamente grande e a terceira demasiadamente pequena. Mas achei que interromper a história neste ponto, não ficou legal. Talvez o ideal fosse parar um pouco antes, mas enfim. É só meu “achismo”.
Conclusões
No geral, a impressão que tive é que o Peter Jackson utilizou a segunda parte da história para entrelaçar as duas sagas: hobbit e senhor dos anéis. Me pareceu que a maior preocupação foi essa e isso tirou a atenção do foco principal da história. Sobre o ponto de vista cinematográfico, tudo fez mais sentido. Sobre o ponto de vista literário, as coisas se perderam um pouco. Mas, estamos analisando o filme, certo? E do filme, no geral, eu gostei. Acho que, se eu não tivesse lido o livro, teria gostado ainda mais mas, entendo que em um filme, não existe o tempo do livro para detalhar as cenas e tudo mais.
O primeiro filme da trilogia (“Uma jornada inesperada”) me agradou bem mais, principalmente por um aspecto: a abertura. Mas o segundo filme não deixou a desejar. Na verdade, longe disso. Só gostei mais do primeiro.
Minha expectativa está enorme em relação a batalha dos cinco exércitos, o que acontecerá no terceiro e último filme da trilogia. Todas as forças se unindo nesta batalha será incrível. Espero no mínimo algo melhor que a última batalha do senhor dos anéis.
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